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A presente pesquisa tem por objetivo analisar a obra µgua Viva, de Clarice Lispector, enquanto uma escritura feita de impressäes que oscilam entre a poesia e a prosa. A questÆo de pesquisa que nos instigou foi a de responder em que medida essa "escritura de impressäes" se aproximava e se diferenciava da prosa impressionista brasileira de final do séc. XIX. As hipóteses norteadoras da investiga‡Æo foram, em primeiro lugar, a de que a sua for‡a propulsora estava na busca de solu‡Æo para um conflito de base da cria‡Æo poética: a media‡Æo inevitável entre as palavras e as coisas; em segundo lugar, que essa diferen‡a estava na inven‡Æo de uma "escritura de impressäes" capaz de captar o instante-já por meio de palavras que investissem contra a representa‡Æo e operassem como coisas vivas, em correla‡äes sinestésicas entre som-imagem-sentido, no breve intervalo de uma apari‡Æo súbita. A conclusÆo a que chegamos foi a de que µgua Viva, interpretada a partir dessa perspectiva de uma "escritura de impressäes", ganhou uma nova dimensÆo capaz de iluminar o sentido de um texto que tem resistido às classifica‡äes tradicionais de gêneros.

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Mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC/SP, especialista em Psicopedagogia Clínica pelo Centro Universitário FIEO e graduada em Pedagogia e Letras. Atua como professora de Língua Portuguesa na rede pública estadual.

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