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O trabalho pretende discutir como o luso-tropicalismo, apesar de ter perdido expressÆo ideológica e credibilidade no campo científico, contribuiu decisivamente para a forma‡Æo da auto-imagem em que Brasil e Portugal melhor se revêem e projetam. Mais do que uma teoria sobre a rela‡Æo entre Portugal e os trópicos, o luso-tropicalismo constitui, nos respectivos imaginários nacionais, a experiência de Portugal no mundo e a originalidade e legitimidade da na‡Æo brasileira. A tese de Freyre toca de forma íntima as identidades nacionais dos dois países e lhes confere uma singularidade relevante para a nova conjuntura internacional, que se afigurou no final do século XX. O trabalho defende que o luso-tropicalismo ganhou novas formas, menos explicitas, em compara‡Æo ao período colonial português, mas centrais e marcantes nos discursos político-culturais que vem movimentando as rela‡äes luso-brasileiras e criando uma nova imagem para política externa de ambos os países. Nessa perspectiva, o luso-tropicalismo reaparece sob roupagem dinâmica a reorientar a política de Brasil e Portugal, servindo de base para o discurso de aproxima‡Æo e coopera‡Æo entre os povos lusófonos.

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Graduada em Historia (Uerj) e mestre em Ciência Politica e Rela‡äes Internacionais (UNL), a autora possui artigos e capítulos em livros publicados internacionalmente. Com ampla experiência como professora universitária, a escritora dedica-se a investigar temas ligados a cultura-política, o luso-tropicalismo e a constru‡Æo de identidades nacionais.

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