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A adesÆo à UniÆo Europeia, em 1986, trouxe a Portugal os meios financeiros e técnicos necessários para suprir as suas carências em termos de infra-estruturas de esgotos. Apesar desse impulso verifica-se uma incapacidade interna para resolver cabalmente o problema, que continua, em parte, sem solu‡äes adequadas e sem que se identifiquem os factores que têm contribuído para tais disfuncionamentos, cujas consequências se reflectem sobre a qualidade de vida das popula‡äes e sobre os ecossistemas. De modo a contribuir para a identifica‡Æo desses factores, assumimos como hipótese que os factores sociais e políticos sÆo absolutamente determinantes para explicar o insucesso das políticas de esgotos, repercutindo-se sobre uma gama alargada de outros factores. Analisamos primeiro o insucesso das políticas de esgotos e em seguida a polui‡Æo da bacia hidrográfica do rio Lis, por se tratar de uma regiÆo emblemática em termos de produ‡Æo de suínos e um exemplo relevante do persistente insucesso das políticas de esgotos e de descontamina‡Æo dos rios, num contexto em que o aumento de visibilidade pública do problema e da intensidade do protesto cívico nÆo se refletiu em solu‡äes concretas.

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Doutorado em Ciências Sociais, especialidade de Sociologia, pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, no qual é membro do Observa e do grupo de pesquisa Ambiente, Território e Sociedade. É investigador de pós-doutoramento no Programa de Pós-Gradua‡Æo em Estudos Urbanos e Regionais na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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