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No rastro da ideia de "dialética da marginalidade" (J. C. C. Rocha), este estudo mapeia espa‡os sociais que passaram a reivindicar e ocupar lugar de fala na literatura brasileira recente, frequentemente em torno do tema da violência urbana. A partir da publica‡Æo de Cidade de Deus em 1997 - um panorama literário da favela construído a partir de dentro, por um autor favelado -, tem-se a percep‡Æo de um fenômeno novo no campo da literatura brasileira, propondo um desafio direto à centralidade cultural de um Rio de Janeiro turístico e pautando a necessidade de uma reconfigura‡Æo de for‡as e uma pluraliza‡Æo de vozes nos campos cultural e literário brasileiros. A partir de sua influência surgiram casos de outros escritores periféricos, mas também consequências indiretas, como a necessidade de outras vozes sociais se posicionarem (ou reposicionarem) em torno do assunto: os centros urbanos e as institui‡äes policiais. Utilizando ao menos uma narrativa que represente cada uma delas, o estudo busca identificar posi‡äes de classe em sua estética literária, de maneira a perceber o tipo de resposta dada ao "desafio da marginalidade" por diferentes atores sociais através da literatura.

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Gustavo A. Matte nasceu em Chapecó/SC e radicou-se em Porto Alegre/RS para graduar-se em letras pela UFRGS. É aluno de doutorado em Teoria da Literatura pela PUC/RS, onde pesquisa processos de moderniza‡Æo e resistência cultural na contemporaneidade brasileira.

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