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A contempla‡Æo do belo natural é, para a generalidade dos seres humanos, uma experiência de forte apelo e de profundo significado, considerando nós que será nessa experiência que radica, imediatamente, o movimento espontâneo para o bem. A emo‡Æo que se experimenta na contempla‡Æo de um recorte natural belo induz o sentimento de liga‡Æo com a vida, um sentir-com-todas-as-coisas que funda a preocupa‡Æo moral pela natureza. Neste sentido, sublinhamos que a nossa reflexÆo nÆo é sobre a estética ou, mesmo, sobre a estética natural, mas permanecendo todo o tempo no terreno da ética, procura dar razäes para integrar o belo natural na ac‡Æo ambiental. Por conseguinte, quando defendemos que a estética natural antecipa uma Ética da terra o que pretendemos confirmar é um modelo de ac‡Æo no qual a experiência estética surge como aquela em que mais precocemente se estabelece um la‡o emocional entre o ser humano e a natureza de recíproca dependência e solidariedade que propicia sentimentos de amor e respeito para com ela, abrindo a via para uma responsabilidade ambiental plenamente comprometida com o mundo natural.

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Maria José Varandas- Doutoramento em Filosofia, na área de especializa‡Æo de Filosofia da Natureza e do Ambiente, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Sócio Fundador da Sociedade de Ética Ambiental e seu Presidente desde 2010. Autor de- Ambiente: Uma questÆo de Ética (2009).

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