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NÆo foi somente de esplendor e heroísmo que o perfil de Vasco da Gama foi tra‡ado. O romance "Peregrina‡Æo de Barnabé das Öndias" (1998), de Mário Cláudio, é um exemplo de que Vasco da Gama, longe de ser uma figura historicamente definida, é uma fonte plural de interpreta‡Æo e inferências. Para mostrarmos que essa obra de Mário Cláudio nÆo é uma mera reprodu‡Æo cronística de tal empresa, julgamos conveniente situar o autor e sua obra em rela‡Æo à tradi‡Æo crítica em que se insere, buscando sintetizar um percurso pontuado pelas manifesta‡äes tanto históricas quanto literárias que também cobrem a representa‡Æo das viagens gâmicas. Além disso, veremos que nessa obra o autor explora o acreditável disponível na época primeva das navega‡äes ultramarinas, constituído pelos reinos lendários e pelos bestiários da nossa tradi‡Æo ocidental. Tais elementos imaginários, ainda latentes durante os séculos XV e XVI, vÆo ter um importante papel no plano histórico desse romance, fundamentando a representa‡Æo de um ambicioso e descontrolado imaginário que reflete a complexidade da mentalidade renascentista, bem como a necessidade humana por novas experiências.

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Daniel Vecchio Alves possui licenciatura em História pela Universidade Federal de Vi‡osa e mestrado em Letras (Estudos Literários) pela mesma institui‡Æo. Atualmente, cursa o doutorado em História Cultural pela Unicamp e o lato sensu em Docência no Ensino Superior pelo Senac-SP, sendo a História dos Descobrimentos um dos seus temas de investiga‡Æo.

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