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Quando nascemos somos designados sob as alcunhas "menino" ou "menina", a partir de nossa evidência genital anatômica. Porém, este fato aparentemente tÆo banal é posto em xeque ao nascer uma crian‡a em estado intersexual, mostrando que as certezas relativas ao sexo podem ser bastante frágeis. Se uma pessoa nÆo pode ter seu sexo definido com base em sua anatomia, ela nÆo existe? Afinal, o que faz de alguém homem ou mulher? Estas e outras inquieta‡äes partiram da escuta de crian‡as e adolescentes diagnosticados como portadores de Anomalias do Desenvolvimento Sexual. Neste trabalho, elegemos a verdade nÆo toda da qual trata a Psicanálise para nortear uma investiga‡Æo sobre as tentativas do sujeito em engendrar um saber sobre o sexo a partir da nomea‡Æo dos corpos. Concluímos que dar um nome a um corpo nÆo apaga os enigmas que ele pode desdobrar, apenas faz surgir um SEXOCHISTE.

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Nelly Brito é psicóloga, pesquisadora e professora. Doutoranda em Psicanálise: Clínica e Pesquisa pela UERJ. Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ. /Simone Perelson é psicóloga e psicanalista. Doutora em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Université Paris 7, membro EBEP e professora da Pós-gradua‡Æo em Teoria Psicanalítica da UFRJ.

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