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A questÆo está em que, se o mundo, se a vida (da qual o homem participa) acontece para Nietzsche como por um processo infindo de esbanjamento de for‡as, como entender essa rela‡Æo saúde/doen‡a, for‡a/fraqueza, essa duplicidade a que Nietzsche se refere ao falar da grande saúde? Como a doen‡a pode emergir num mundo que é pleno? Que relevância haveria em se pensar a doen‡a dentro de um mundo que é concebido como plenitude? Por que ir à doen‡a para pensar a saúde? NÆo seria essa uma visÆo cansada, pessimista, típica de homens impotentes? Como o sentimento de plenitude pode se articular a termos tais como fraqueza, sombra, dor, doen‡a? Em 1888, Nietzsche afirma a esse respeito em Ecce homo: "A perfeita luz e alegria, mesmo exuberância do espírito, (...) harmoniza-se em mim nÆo só com a mais profunda fraqueza fisiológica, mas até mesmo com um excesso da sensa‡Æo de dor." Este trabalho procura compreender nÆo apenas como Nietzsche articula saúde e doen‡a, mas como inclui a doen‡a na saúde. Para tanto, parte da indica‡Æo feita por Nietzsche no prefácio ao segundo volume de Humano Demasiado Humano, em 1886, onde afirma que o mais forte ensinamento desta obra consiste numa doutrina da saúde.

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É doutorando em Filosofia pela PUC-RJ, mestre em Filosofia também pela PUC-RJ, graduado em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e em Filosofia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES-JF). É psicanalista em forma‡Æo pela Escola de Psicanálise Corpo Freudiano (se‡Æo RJ), e tutor de Filosofia e Educa‡Æo pela Unirio.

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