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A literatura é o espa‡o privilegiado que possibilita a experimenta‡Æo da morte. Pretendemos, portanto, explorar contos fantásticos do século XIX que repercutiram a ficionaliza‡Æo de experiências que tornavam possível problematizar os mistérios da morte. Demonstraremos que, no decorrer da história da Humanidade, a rela‡Æo do homem com a morte e os rituais que a cercavam foram passando por importantes transforma‡äes. Os indivíduos vitorianos, mais incisivamente, passaram a negar a morte, buscando nos avan‡os médicos e científicos um prolongamento de suas existências. Em outra frente, esses mesmos sujeitos buscaram experimentar ainda mais intensamente a morte, mas sem se colocarem em risco, apenas explorando o que haveria do "outro lado" por meio da literatura.Seu expressivo desejo de escapar da morte e, na sua impossibilidade, negá-la ao propor um mundo paralelo no qual a sua inexorável aproxima‡Æo nÆo é o fim, mas uma transi‡Æo, será identificado nas manifesta‡äes sobrenaturais presentes nos contos estudados e que forma escritos por autores que têm sido marginalizados pelo esquecimento. Dessa forma, é também nosso intuito a atualiza‡Æo de seus nomes junto à contemporaneidade.

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Renato Martins tem Mestrado e Doutorado em Literatura Portuguesa. É professor da Educa‡Æo Básica com ênfase em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira e Portuguesa. Pesquisa autores portugueses oitocentistas atualmente pouco lidos e que produziram textos de viés fantástico, com particular interesse na ficionaliza‡Æo da morte.

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