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A "transcri‡Æo pública" da Monarquia delineava a constru‡Æo da imagem e da auto-imagem do imperador como monarca órfÆo da na‡Æo, rei majestático, imperador tropical, mecenas do movimento romântico, rei cidadÆo e, posteriormente, mártir exilado e mito nacional. Neste nível, a Monarquia era representada como instância que contava com a simpatia popular e portadora do sentido de prote‡Æo e benevolência em rela‡Æo à gente comum, em que D. Pedro II assumia a figura de rei bondoso, uma espécie "pais dos pobres". Mas havia também o projeto "oculto" da Monarquia, que permeava a prática econômica, política e ideológica de domina‡Æo da elite imperial, preconizando a manuten‡Æo de estruturas sociais estabelecidas ainda no período colonial. Sendo assim, entre a maioria dos habitantes do império, a apreensÆo feita da imagem e da auto-imagem do rei e do regime monárquico oscilava constantemente. Tanto nas iniciativas individuais como nas tentativas coletivas de buscar a colabora‡Æo e a prote‡Æo de D. Pedro II, da família real e da coroa, havia a convivência entre apatia, pragmatismo e oposi‡Æo diante do regime e do imperador.

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Doutor em História Social pela Universidade de SÆo Paulo (USP). Pós-Doutorado em História Social do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-Doutorado em História pela Universidade de Lisboa. Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Gradua‡Æo em História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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