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Nesta leitura do Evangelho, segundo a ótica de José Saramago, o leitor encontra uma maneira de sentir e pensar a realidade do ponto de visto do homem, dos valores humanos. Essa é uma das linhas de for‡a deste estudo de Concei‡Æo Flores sobre o polêmico romance do autor português, Prêmio Nobel de Literatura. Para tanto, o livre jogo da cria‡Æo verbal do escritor - de acordo com a estudiosa - solicita desautomatiza‡Æo e questionamentos do mito cristÆo estabelecido, apropriado que foi pelos poderes religiosos e políticos. NÆo para substitui-lo por outros discursos dogmáticos, mas para situá-lo num diálogo crítico com o (seu) texto de fic‡Æo. Revela assim o escritor à autodetermina‡Æo humana contra todas as formas de autoritarismo. Ao discurso dogmático de origem, portador de uma verdade única e essencialista, opäe-se, pois, à historicidade do discurso literário de Saramago. Dessacraliza o mito ao deslocá-lo das alturas a que foi al‡ado pelos poderes constituídos, para o prosaísmo das existências humanas. Benjamin Abadla Júnior (USP)

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Concei‡Æo Flores nasceu na ilha do Faial (A‡ores) e reside no Brasil desde 1981. Formada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é mestre em Literatura Comparada e doutora em História da Educa‡Æo pela mesma universidade. É professora de Literatura do curso de Letras da Universidade Potiguar, em Natal.

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