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Um espa‡o urbano física e moralmente dilacerado, mas também simbolicamente reconstruído. Assim, Benjamim Costallat (1897-1961), considerado pela crítica especializada o maior sucesso editorial da Primeira República no Brasil, apresenta em sua obra Mistérios do Rio parte da entÆo capital nacional. Recorrendo a uma figura que lembra o flâneur parisiense, que paradoxalmente percorre o submundo da cidade do Rio de Janeiro em 1924, em velocidade automobilística, as narrativas contidas na coletânea de crônicas que compäem a obra vÆo além de simplesmente encenar a cidade. Atualmente negligenciado pela maior parte da crítica literária, Benjamim Costallat exibe nessa obra a capacidade que a Literatura possui de re-significar territórios e territorialidades urbanos. Lan‡ada em 1924, quando Costallat já era um cronista consagrado no cenário jornalístico da cidade, a narrativa do bas-fond carioca revela, entÆo, um autor que buscava incorporar em sua produ‡Æo literária aspectos técnicos de outras artes, principalmente do universo do cinema. Assim, literatura e cinema se aproximam no texto, para encenar a Modernidade que chegava ao país.

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