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Queria ter asas Nesse exato momento eu queria ter um enorme par de asas. Asas mesmo... Mas nÆo como de passarinho. NÆo como as asas das ninfas nos filmes. Asas enormes como das águias. Asas enormes como num filme maravilhoso que assisti e nÆo me recordo o nome. Asas... Asas que pudessem me levar para longe. Para um lugar que meu cora‡Æo conhece detalhadamente. Para o único lugar onde eu realmente aquieto. Asas que pudessem me levar na velocidade da necessidade do meu pensar, na velocidade da necessidade do meu querer... Asas... Asas que pudessem me levar simplesmente ao teu encontro. Ao encontro do meu amor. Ao encontro do seu abra‡o. Asas firmes o suficiente para te roubar daí. Asas que me fizessem capaz de te levar para um lugar ainda mais longe. Onde o meu abra‡o fosse suficiente para te aconchegar e proteger. Onde meus beijos fossem suficientes para te saciar. Onde pudéssemos nos perder nos bra‡os um do outro. Asas... Infelizmente nÆo tenho asas. Asas que possam me levar para ti. Asas que possam te roubar para mim.

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Maria José Nice Paiva Lima (1976). Pedagoga, licenciada em letras, mestra e doutoranda em educa‡Æo. Autora de mais 3 livros, sendo dois poéticos e um livro científico sempre esteve envolvida com a produ‡Æo cultural. Divorciada e filha de nordestinos, leva uma vida pacata em Itacoatiara, no Amazonas, onde trabalha em escola pública como pedagoga.

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